Sobre Janelas e despedidas

Esse texto, foi a Tatai que escreveu para mim... Sobre a minha viagem para João Pessoa... Taí, uma pessoa que me conhece e sabe exatamente o que eu faço, sem mesmo estar por perto!
Resolvi copiar e colar aqui o texto, porque nem eu mesma consegui até agora expressar o que eu estou sentindo no momento, e ela conseguiu fazer isso por mim!




Ela colocou a ultima camiseta na mala lotada e colorida pela mistura de estampas floridas com cores alegres e vivas. Com alguma dificuldade fechou o ziper da mala e sentou-se na cama fitando o guarda-roupas quase vazio. Olhou ao seu redor e sentiu um amontoado de sentimentos guardados em cata centímetro quadrado daquele cômodo. Anos e anos de abraços, lágrimas, segredos, confições e promessas guardados naquelas quatro paredes.

Na cômoda haviam vários presentes de amigos, distantes ou não, mas todos especiais á sua maneira, cada um essencial e importante de um jeito só dele. Sentia não poder levar todas suas lembranças materiais na mala já lotada de saudades, mas estava levando no bolso cada carinho e momentos que seleram a verdadeira amizade.

Tomou fôlego e suspirou, estava tão cansada quanto alguém que tinha acabado de correr uma maratona. Pensar e sentir também cansa. Levantou e olhou pela janela... Aquela janela. Estremeceu antes de andaar até ela, que por sua vez estava apenas com uma frestinha entreaberta, o que permitia a entrada do vento e o sacudir das cortinas.

Mais uma vez a janela lhe chamava, mas agora ela estava mais confiante. Era um chamado diferente dos outros, o aroma das flores não era mais o mesmo. Era misterioso e desafiador.

Ela deixou a insegurança de lado e andou até ela, empurrou as cortinas e a abriu a janela sem pensar duas vezes. Não havia mais medo, havia desejo de descobrir o que havia além daquele cenário, como seriam os campos além do horizonte. Aquele cheiro que tinha um tom desafiador de fato não era dali, vinha de longe e a envolvia, seduzia e embalava, convidando-a a conhecer suas flores e frutos.

Fechou os olhos por alguns segundos para sentir o Sol tocar sua pele. Era acolhedor, mas já não a satisfazia mais.

Deixou a tão conhecida janela aberta, pegou a passagem para João Pessoa, as malas o sorriso e, com coragem, deixou o quarto rumo aos novos desafios de abrir janelas e cortinas, mas com aquele aperto da saudade daqueles que ela carrega sempre na mente, no coração e junto de si.

3 comentários:

Marcelo Mayer disse...

frustração

gipicles disse...

sempre na mente
no coração
junto de mim estará!

Can Guzmán disse...

E veio que nem Sol que é, brilhar aqui em João Pessoa. Essa moça tá voltando pra casa, mas vai deixar essa saudade por aqui também.