Sônia Soda - a Lata



Foi em um desses passeios que eu faço pela manhã, que eu conheci a Sônia, uma lata muito simpática. Foi assim: eu estava andando pelo parque e, sem querer, chutei uma lata de refrigerante.
- Por que você não olha por onde anda? Ela reclamou, limpando aquele anel que toda lata tem no cucuruto.
- Ai! Desculpe-me, Dona Lata, eu estava tão distraída... Nossa, você está toda suja! Vem cá, vou te dar um banho!
Abri uma torneira, de onde o o pessoal bebe água, e coloquei-a debaixo da água.
- Uuuuuuui! Ai, que delícia! Que água mais gostosa! Eu bem que estava com uma sede danada! Desde que me compraram e beberam todo o meu refri, ninguém nunca mais me encheu de nada que matasse minha sede. Ah! como fui malcriada! Meu nome é Sônia Soda, muito prazer, dona...
- Raquel! Muito prazer, Sônia! Mas... você estava com sede? Como pode?
- Nós, as latas, sentimos sede como todo mundo! Está vendo essa boca aqui em cima? É por aqui que eu bebo água! Aliás, será que você poderia me encher de água até a boca?
- Claro!
Sônia bebeu todinha a água, coisa incrível de se ver... depois, pediu-me que a colocasse na lata de reciclagem. Ela queria virar a roda de uma bicicleta. Assim o fiz e, depois, continuei a minha caminhada.

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Texto escrito para uma atividade de Literatura Infanto Juvenil, em 2007. Era necessário que déssemos vida a algo inanimado.



3 comentários:

Anônimo disse...

Magnífico!
A senhora Tereza das palavras.

Brindo o seu texto com a minha face rachada pelo riso e pela saudade.

Anônimo disse...

Gente, que foda esse text! Assim, animal mesmo, adora essas coisas hiper viajadas =D

Anônimo disse...

É sob pressão que nos revelamos, né?! rs*