Vicky Cristina Barcelona

http://vickycristina-movie.com




Há umas duas semanas fui ao cinema assistir a esse filme... Pensei: ''Uma comedinha-romântica despretensiosa'' humpf...


Num cenário deliciosamente charmoso, duas (lindas) mulheres vão passar as férias de verão em Barcelona, uma delas, Vicky (Rebecca Hall), é noiva de um carinha (completamente broxante), com uma ''vidinha'' daquelas bem medíocres, mas ela é feliz, ama o noivo, gosta do que faz, é uma grande estudiosa da identidade catalã. Cristina (Scarlett Johansson), é o que os mais radicais chamariam de ''menina-perdida-não-sabe-o-que-quer-da-vida-vagabunda-devassa-sem-juízo'' (rs). Mas vou dizer que eu gosto beeem mais da Cristina. Ela não tem medo do novo, se joga, não tem aquele ''freio inibidor social'' e não tem vergonha do que faz (ta bom, é meio porra-louquinha, mas ela é legal). Com o nosso (delicioso) Javier Barden no papel de Juan António, o galã-comedor-gostosão, se engraça pelas duas, mas tem um caso meio que inacabado com a sua ex-mulher um tanto violenta, María Elena (Penélope Cruz).
Enfim... Entre casos e casos durante o filme, me pergunto: SERÁ POSSÍVEL AMAR DUAS PESSOAS AO MESMO TEMPO? María Elena e Juan António têm uma ligação um tanto complicada, mas se amam. Porém, juntos, apenas os dois, a relação torna-se impossível e conturbada. Faz-se necessária a presença de uma terceira pessoa, que acaba sendo o ponto de equilíbrio entre eles. Acaba virando um triângulo (semi-quadrado) amoroso onde uma das pontas é responsável por manter as outras duas unidas. Acho um pouco egoísmo da parte do casal, mas é ''aceitável'' uma vez que a tal terceira ponta concorda e está feliz com a situação. Acabam se amando os três. São cenas bonitas. Onde eu consegui ver delicadeza na relação Cristina-María Elena, nada escrachado. E o triângulo encara aquilo como a forma mais natural do mundo de viver.
E a Vicky? Bom... a Vicky vai estudar, passear, e seu noivo vai para Barcelona passar uns diazinhos com ela. Ele é daquele cara que quer de tudo do bom e do melhor, mas é vazio por dentro. Vicky procura sim o conforto e a segurança que dá a ela aquele relacionamento, mas ela procura (muito mais) a sentimento de aventura, a adrenalina, a sensibilidade e a ''pegada'' que um homem pode ter (e esse homem poderia, muito bem, ser o noivo dela). Acaba procurando (e achando) em Juan António todos esses requisitos (também... pudera!), e se aventura num momento de loucura... Fica balançada... (agora chega senão conto o fim do filme!)

Entre seduções, conquistas e decepções se desenrola uma trama inteligentemente hilária, provida de muito requinte e imagens grandiosas, performances envolventes (Penélope Cruz está sensacional) e que evocam reflexões complexas ao sair do cinema (ainda estou digerindo muitas coisas em relação ao filme). Com o exemplo: questionarmos-nos se os valores que estabelecemos como primordiais para um matrimônio são realmente relevantes para atingirmos a felicidade, ou se ficamos tão bitolados com as interferências externas, impostas em suma pelas “regras” da sociedade em que estamos inseridos, a ponto de não enxergarmos nossa previsibilidade.

E a pergunta ainda paira no ar...

É POSSÍVEL?

7 comentários:

Anônimo disse...

todo mundo já se perguntou ou va se perguntar isso um dia. é possível? por que não?
Mas se for, cabe a cada um escolher que vértice do triângulo-quase-quadrado prefere ser.

Anônimo disse...

Concordo com a Gi, mas ainda acrescento: Será que as pessoas (lê-se o mundo inteiro) conseguiriam estabelecer uma relação sem ciúmes, possessão ou inveja??? Creio que seja meio cedo pra uma pergunta como essas (possível ou impossível?) ser respondida. Mas, fcia a minha pergunta (pode ser respondida por e-mail): Pra você, é possível?

Anônimo disse...

Adoooro o biquinho da Penélope Cruz.
Acho que não devemos ignorar o encontro de almas, só isso.

Anônimo disse...

aí eu entrei aqui e pensei "ué, mas eu já tinha visto esse post..."

e não, menina, foi num outro blog de uma outra amiga.
tá todo mundo falando desse filme, agora me deu vontade de ver ¬¬

cara, relacionamentos "normais" já são tão complicados, se colocar mais "elementos", não sei bem, hein...

mas sei lá, acho que tudo vale mesmo que como experiência, né? e se todo mundo curte numa boa, só pq é anti-convencional não significa q seja feio ou sujo...

:P

Anônimo disse...

Como uma comédia do Woody Allen poderia um dia ser uma "comédia romântica despretenciosa"?? hehe!!!

Enfim... e eu vi a citação do Pequeno Príncipe aí =D

Beijão!!

Anônimo disse...

Eu de novo hehe!
Nossa... Pequeno Príncipe, Peter Pan, "Meu Yakult" hehe. Que blog legaaal =D

Anônimo disse...

Ahhh... o filme novo do Woody Allen e eu ainda não vi?
"Oi, meu nome é Elton, e eu... rsss... você sabe!"